Num pequeno e gostoso momento de poesia da minha vida.
Passeando pela avenida principal do meu bairro empoeirado. Fantasiei a minha
vida olhando Vilma, uma garota coquete e vistosa. A mais bonita do lugar.
A pequena tinha os cabelos pretos, compridos. Seu olhar
lembrava-me capa de revista. Seus olhos penetravam o fundo da alma, numa
sexualidade de arrepiar. Estava ela ali parada á frente do cartaz do cinema olhando
a foto do seu ídolo Elvis. Ela derretida por ele. Eu derretido por ela.
Seu andar coloria a avenida em qualquer dia. Era
estonteante o balanço da sua bunda num gingado de samba choro. Embalada numa minissaia
branca e plissada, que fazia seu papel valorizando aquele o manequim ambulante.
E eu deliciando-me com a alegria daquele corpinho. Vilma era o presente que meu
coração queria para sempre. Um tesouro de mulher que não demorou muito solta
pelo bairro. Um riquinho botou os olhos na menina e levou-a para morar numa
mansão da zona sul. Eu só fiquei com a lembrança e resumi neste cantinho meu
momento lindo. Do tempo que se usava brilhantina.
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