27/11/2020

NO MEU TEMPO DA JUVENTUDE

 



Num pequeno e gostoso momento de poesia da minha vida. Passeando pela avenida principal do meu bairro empoeirado. Fantasiei a minha vida olhando Vilma, uma garota coquete e vistosa. A mais bonita do lugar.

A pequena tinha os cabelos pretos, compridos. Seu olhar lembrava-me capa de revista. Seus olhos penetravam o fundo da alma, numa sexualidade de arrepiar. Estava ela ali parada á frente do cartaz do cinema olhando a foto do seu ídolo Elvis. Ela derretida por ele. Eu derretido por ela.

Seu andar coloria a avenida em qualquer dia. Era estonteante o balanço da sua bunda num gingado de samba choro. Embalada numa minissaia branca e plissada, que fazia seu papel valorizando aquele o manequim ambulante. E eu deliciando-me com a alegria daquele corpinho. Vilma era o presente que meu coração queria para sempre. Um tesouro de mulher que não demorou muito solta pelo bairro. Um riquinho botou os olhos na menina e levou-a para morar numa mansão da zona sul. Eu só fiquei com a lembrança e resumi neste cantinho meu momento lindo. Do tempo que se usava brilhantina.


 

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