Sentado à mesa de um bar, num canto de calçada com voz e presença triste. Um cantor cantava. O vento soprava e levando a musica e a espalhando pelo bairro. A voz triste em meio às lágrimas eram por vezes lamentos de amor.
Eu escutava essa voz todas as noites na minha janela.
Uma garrafa de cachaça era a companheira inseparável do tristonho cantor e por vezes, talvez aplaudindo exalasse triste o olor da nostalgia. Já na noite alta com seu luar em prata, ainda ecoava a voz do cantor e seu idílio de amor.
Um casal geme de amor na cama à voz do cantor os embala. No alto da Ladeira do Cortiço ninguém escuta a canção. É lá que fica a casa puta das mulheres vadias. Na casa puta das mulheres vadias o amor foi esquecido.
A noite continua no céu com seu brocado prateado e pontilhado de estrelas. Fazendo um cordão lácteo, cujo medalhão é a lua. O silêncio das ruas me permite escutar nitidamente da minha janela. Antes com meu amor ao lado e agora só. A voz lamentosa do cantor.
Essa canção que nunca morre fala da namorada numa traição desleal. Quando a tardezinha encontrava um amigo do cantor que virou amante dela.
Fico pensando e lembrando-me da minha amada que se foi. Que a alma desse cantor deve doer mais que a minha.
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