03/03/2019

O RETRATO DE VILMA


Doída a dor que não acabou com o tempo. Uma terrível apatia fazia companhia a essa dor. Era uma dor de amor que só o tempo era o remédio para a cura

Ali na parede de um corredor caiado. Pendurado a um prego que enferrujou. Arrebentou-se ao chão. O porta-retratos onde a foto de Vilma morava, desbotada pelo tempo e umidade.

Há algum tempo atrás tentei me desfazer desse retrato. Não consegui. Ela ali sorrindo me maltratava me consumia. Dia após dia. Me acompanhava com os olhos, quando eu passava pelo corredor. Porém hoje: Qual não foi o meu espanto, não ver no canto, onde morava.. Seu olhar não vai mais me perseguir

Caíu! O prego enferrujou. Percebi minúsculas gotículas de sangue espirradas no vidro. Talvez respingos de pintura da moldura. Vai com Deus e boa sorte.


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