A saudade daquela mulher era tão forte no peito de Carlinhos, que ao vê-la seus olhos marejaram. Seu corpo tremeu, parecia uma visão dos deuses, quando ela o avistou e partiu na sua direção. O beijo que deram não fora planejado. Fora sentido como uma sôfrega gula de dois corpos desesperados por amor.
Após refeitos passearam de mãos dadas, pelas calçadas da orla da praia. Conversaram, sorriram se afagaram. A cada troca de olhares seus corpos vibravam, sentiam milhões de pequenos arrepios. Havia nos dois um desejo forte de se entrelaçarem e acabarem a noite numa copula viril e louca.
Finalmente chegaram ao hotel. Quanto mais se aproximavam do quarto, mais suavam seus corpos. Já no aposento Carlinhos pediu ao bag loader (carregador de malas) que lhe mandasse chocolate bem quente.
O banho foi a dois com beijos afagos e pequenas mordidinhas nos pescoços e costas. A água quente escorria pelo corpo de Ligia que se deleitava em delírios, enquanto as mãos de Carlinhos escorregavam por seu corpo ensaboado.
O chocolate amornara, deitados na cama se deliciavam com o sabor do cacau grosso e meio amargo. Num repente imaginário Carlinhos lambuzou o corpo da amada, como se estivesse mexendo numa poça de lama. O liquido morno escorria pelo corpo da mulher confundindo a com sua cútis morena.
Carlinhos se pôs a lambe-lo deixando o liquido escorrer pelos cantos da boca. Ora lambia ora a beijava. No pensamento vieram coisas loucas, gozos febris. Sorvia a poça empossada no ventre, deslizando sua língua até o púbis sonhado.
Esfregando os corpos melados, Ligia sentia um insano prazer, seus sentidos foram dominados freneticamente até os gemidos finais e o cansaço extingui-la.
Agora ele sente o seu ronronar de gata satisfeita a dormir em seus braços. Enquanto sonha com o seu amor junto dele. Carlinhos toca seu rosto em delicados afagos. E pensa.
: - A partir de hoje vou guardar teu sono. Meu amor.
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