O triângulo de luz se fez presente no congá.
Silêncio! Oxalá é Rei, está presente. Ogã atabaque inicia a vibração do toque. Cambono prepara a adoração e louvor às divindades. Aos poucos, a luz de Oxalá, o Rei, invade os corações pairando como dádiva aos crentes presentes. Onde havia dúvida de incrédulos, agora existe a certeza.
Agô, meu pai Pedro, perante a mim num sorriso sereno, veio como a noite emanando a luz divina enviada por Oxalá, o Rei.
Tamanha foi minha emoção diante da divindade que minhas palavras ficaram presas na garganta. Fechei os olhos, que enrijeceram numa câimbra forte, ouvindo a voz serena do curandeiro que educa ensinando a caridade e preservando os encantos da terra; trazendo no coração o dom da vida, da cor, do costume e a magia de curas das ervas.
Quando consegui falar, pedi-lhe:
-- Dai-me, meu Pai, o remédio para a cura dos lanhos da chibata da vida. Ajudai-me na cura da minha alma despedaçada. Derrubai a inveja da força e do mal olhado. Ensinai-me o caminho para brilhar sem vingança.
Estendeu-me a mão e eu senti como um choque a convulsão do choro ao recado que me dava.
-- Aqui está feito meu pai. Escrevo esta última página conforme o seu pedido; as correções e erros da minha vida estão no meu coração junto com a crença. Deposito o meu livro de amores nas tuas mãos e sigo as regras que o destino me impõe. Com a força que me destes ao segurar a minha mão, parto agradecido para o caminho da vitória. Agô, meu Pai Pedro!
Dedicado.
5 comentários:
Que lindo irmão. Que Oxalá te abençoe 🙏
Caro Poeta maravilhoso este conto(Última Página)seus lindos conto tocam no fundo do nosso coração. Parabéns
Muito bom, adoro seus textos
Lindo este conto! Amei.
Postar um comentário