Informou-lhe o doutor que muito difícil seria o amanhecer da amada. Não veria mais os olhos dela a lhe dizer bom dia!
Pediu um favor! O de ficar trancado no quarto médico à espera da partida. Uma noite longa. Um tic tac de relógio a bater como tortura, martelando sua cabeça.
Pensou em tirar as pilhas do tempo, para-lo!
Desesperados segundos de recordações alimentaram os seus momentos. Tudo o que sonhara como companheira da vida estava partindo. Deitou-se ao lado do amor tateando seu corpo febril. Acariciou longamente seu rosto. Afagou a boca que o alimentava com beijos de amor.
Por fim pediu ao Poderoso que tudo fosse brando. Sem dor e calmo. Sem choro pelo parto da partida. Como último favor, que suas almas ficassem gêmeas. E quando se desprendesse o espírito do corpo amado, levasse junto o seu de mãos dadas. Então partiriam a viajar no tempo traçado pelo destino. Assim continuaria a ver os olhos da amada a dizer. Bom dia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário