São Sebastião ( litoral) 15/ 07/ 83 (Prefácio)
Aqui deixo as minhas recordações de muitos anos atrás. Com muitas saudades do passado. Hoje vivo contente, pois tenho uma filha e uma neta que estimo.
Nilza.
Foi assim que encontrei em uns guardados, Um pequeno livro muito antigo e esmaecido pelo tempo. Estava num cantinho esquecido na casa da filha de Nilza. Datado de 1946 o pequeno diário conta uma grande trajetória de amizades e poesias oferecidas por amigos.
Quando Wilma leu o prefácio chorou, Não havia visto ainda o que a mãe escrevera, talvez num dia saudoso.
Esse pequeno diário me deixou com os olhos marejados. Pelas páginas escritas e dedicadas a boa Nilza. Como se referiam a ela. Da para perceber o quanto era querida. Por amigos, colegas e admiradores.
Algumas páginas estão com a escrita bem apagada e com os desenhos a lápis de cor, bem borrados. Foi uma alegria para mim, decifrar esse amor de setenta e dois anos, que todos tinham por Nilza.
Escolhi uma página para postar. Agradecido fiquei com a licença da filha Wilma.
CIÚMES
Um dia envenenado de amor.
Pelo que tanto amei.
Pedi-lhe meus retratos, minhas cartas
e tudo que lhe dei.
Ela magoada e com a face em prantos.
Muito braba me respondeu.
— Deu-me, também um beijo!
— Tome-o! Não quero o que é teu.
Fiquei arrependido, triste mesmo.
Dos meus dizeres duros. Dizendo-lhe.
— O beijo! Dei-lhe há tanto tempo.
— Convém pagar os juros.
Cláudio 24/ 04/ 1.946
( transcrito )
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