16/07/2018

UM SENTIMENTO DO PASSADO

              São Sebastião ( litoral) 15/ 07/ 83 (Prefácio)

Aqui deixo as minhas recordações de muitos anos atrás. Com muitas saudades do passado. Hoje vivo contente, pois tenho uma filha e uma neta que estimo.

                                                                                                  Nilza.

 

Foi assim que encontrei em uns guardados, Um pequeno livro muito antigo e esmaecido pelo tempo. Estava num cantinho esquecido na casa da filha de Nilza. Datado de 1946 o pequeno diário conta uma grande trajetória de amizades e poesias oferecidas por amigos.

Quando Wilma leu o prefácio chorou, Não havia visto ainda o que a mãe escrevera, talvez num dia saudoso.

Esse pequeno diário me deixou com os olhos marejados. Pelas páginas escritas e dedicadas a boa Nilza. Como se referiam a ela. Da para perceber o quanto era querida. Por amigos, colegas e admiradores.

Algumas páginas estão com a escrita bem apagada e com os desenhos a lápis de cor, bem borrados. Foi uma alegria para mim, decifrar esse amor de setenta e dois anos, que todos tinham por Nilza.

Escolhi uma página para postar. Agradecido fiquei com a licença da filha Wilma.

                                         CIÚMES

Um dia envenenado de amor.

Pelo que tanto amei.

Pedi-lhe meus retratos, minhas cartas

e tudo que lhe dei.

 

Ela magoada e com a face em prantos.

Muito braba me respondeu.

— Deu-me, também um beijo!

— Tome-o! Não quero o que é teu.

Fiquei arrependido, triste mesmo.

Dos meus dizeres duros. Dizendo-lhe.

— O beijo! Dei-lhe há tanto tempo.

— Convém pagar os juros.

Cláudio 24/ 04/ 1.946

( transcrito )

 


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