Aos domingos na matiné do cinema Pálace,
assistia aos meus filmes prediletos de cowboy. Durante a semana, depois da
escola, eu dava aulas para as bonecas da minha irmã. Era um professor enérgico!
Mais tarde, jogava meu futebol eu era
o craque do meu time: ora o Rivelino, outras vezes o goleiro Gilmar. Quando
minha mãe me chamava para ir à padaria, era a melhor hora. Selava meu cavalo
prata. meu Silver, e saia a todo galope pelas ruas da cidade poeirenta em busca
dos bandidos.
E numa voz de moleque e de bom som
gritava.
— Aiôôô...Siiilver!
Não existe nada mais lindo do que um
sonho de menino brincando com todos os brinquedos da sua imaginação. Com o
vento, eu me imaginava numa aventura de super-herói. Ficava em pé com os braços
abertos em forma de cruz deixando o vento forte bater em seu rosto e corpo. A sensação
de estar voando era enorme.
Lá das alturas, via as cidades aos meus
pés como minúsculos presépios de Natal, sentindo o poder de planar e ser livre.
Às vezes uma chuva, garoa muito fina
molhava meu rosto. Sorria, sentindo como afago as pequenas gotículas me
escorrendo pela face!
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