Barulho da chuva na vidraça. Orquestras de ritmos na janela. Pelo vidro vejo a silhueta cinzenta e embaçada de Miriam. Do seu rosto pouco se vê, os cabelos molhados e escorridos. Olhar cabisbaixo para o solo. Alma limpa, mas molhada está sua alegria. A água fria escorrendo pelo ventre. Roupa ensopada. Desolação! Nostalgia.
O amor molhado escorrendo pelo corpo. Gelando os ossos. Os pés em desconforto.
Lágrimas da dor do amor, misturadas com lágrimas de chuva. Em cascatas cintilantes e prateadas. Como pequenos rios, marcando o caminho pelo rosto.
Molhando e apagando a luz do amor, que consome a sua vida.
A alma sofre. A noite cai a desolação aumenta. O conforto de um afago está longe da vida. Que não vive mais.
Um comentário:
Boa noite nobre amigo Poeta Carlos. Amei ler-te. Belíssimo poema. Parabéns!
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