Andando num fim de mundo, onde parece que a vida ainda não chegou encontrei o amor.
Nesse dia muito triste e distraído, sai a andar pela areia da praia. na beira da água. A cada passo sentia meus pés afundarem na areia como uma massagem. Uma desértica praia nada se avistava a não ser areia e água. Ao longe onde terminava esse fim de mundo só pedras.
Comecei então a conversar com Deus. Cobrei Porquês! Cobrei o destino, cobrei a vida. Está difícil viver nesta solidão de silêncio. Tenho a alma calada e solitária. Sou como um peregrino cansado acho que o tempo e a vida me devem alguma coisa. Não sou uma pessoa má. Errei muito sei por desconhecimento de causa, por inexperiência. Nunca fui vingativo. Muito pelo contrário engoli muito de pessoas, por ser eu um ridículo pacato humano. Também para não perder coisas que conquistei com meu suor.
Pensando tudo isso não reparei que na minha caminhada tinha mais um par de pés marcando o caminho à minha frente. Passei a seguir aqueles passos. Andei por um dez minutos até o final da praia. Eram pés pequenos e pelos rastros, delicados. Cheguei às pedras!
Avistei o amor. Estava ali a joia de um tesouro muito bem escondido. Um par de olhos azuis como o céu. Cabelos pretos lisos e compridos. Mas avermelhados pelo sol de todos os dias. Um sorriso encantador e branco como a espuma das ondas a sua pele morena como a orquídea chocolate.
Sentada numa pedra ofuscava as outras a sua volta como o brilho de um diamante bem lapidado.
Ali se acabaram todos os meus maldizeres da vida. O destino me reservou aquele momento, desenhou o amor diante dos meus olhos. Hoje ela é a minha esposa carinhosa que cuida de mim. Como se eu fosse a sua criança. Minha meiga e amorosa companheira. Só tem um defeito!
É uma pimenta! Mas eu adoro pimenta, quando mais ardida, mais cheirosa, mais saborosa, mais gostosa.
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