Quando a dor devora o peito fazendo do corpo um molambo. Vestido numa roupa de saudade rasgada de amor. A mente chora em nostalgia lembrando um violão a tocar uma valsa de solidão ao luar. O corpo solitário e vagabundo chora também lágrimas que ficam perdidas na ilusão da amada voltar.
Mais uma noite de ébrio, poetando em vós alta pelas ruas. Hora chorando rimas ao luar. Ora escutando o vento a assobiar imitando um violino numa valsa de desencanto. A luz dos meus olhos era uma flor com espinhos. Uma rosa que murchou e perdeu seu encanto. Nem a beleza de sua alma deixou como lembrança.
Mais uma noite de ébrio. Olho a lua que me consola, mas também não quer namorar comigo. A garrafa do meu destilado rola pela calçada. E o salão de festas da noite, pontilha o céu de estrelas que tento contar. Canto em serenata para as moças que passam pela minha cama de calçada fria. Às vezes vem à garoa me molhar ou um sereno gelado consumir minhas forças. Eu não peço, mas a saudade vem me atormentar. Às vezes indago a ela onde estará agora meu amor. Talvez aconchegada em outros braços que não são meus.
Lembro-me do olhar dela como uma sombra. Um escombro, que vem a noite, perturbar minha alma.
Deus! Mediante a minha fraqueza e pobreza de espirito, eu lhe peço. Leve-a deste mundo, para eu poder viver. Ou então me leve logo. Para ela nunca mais ouvir falar deste molambo, que um dia foi seu amor. Fui o fracasso que um dia a desencantou.
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