19/02/2019

ORQUESTRA DE RITMOS

 

 

      Barulho da chuva na vidraça. Orquestras de ritmos na janela. Pelo vidro vejo a silhueta cinzenta e embaçada de Miriam. Do seu rosto pouco se vê, os cabelos molhados e escorridos. Olhar cabisbaixo para o solo. Alma limpa, mas molhada está sua alegria. A água fria escorrendo pelo ventre. Roupa ensopada. Desolação! Nostalgia.

      O amor molhado escorrendo pelo corpo. Gelando os ossos. Os pés em desconforto.

      Lágrimas da dor do amor, misturadas com lágrimas de chuva. Em cascatas cintilantes e prateadas. Como pequenos rios, marcando o caminho pelo rosto.

      Molhando e apagando a luz do amor, que consome a sua vida.

      A alma sofre. A noite cai a desolação aumenta. O conforto de um afago está longe da vida. Que não vive mais.

 

      

Um comentário:

Unknown disse...

Boa noite nobre amigo Poeta Carlos. Amei ler-te. Belíssimo poema. Parabéns!