Eu o assistia todas as noites, recostado ao meu muro do outro lado da rua.
Era um menino loirinho dos olhos da cor do céu. Doce como sua flauta, que adocicava as minhas noites, com a felicidade da sua música.
Enquanto soprava o pequeno instrumento, eu tinha a impressão, que passavam vários sonhos pelo seu pensamento. Seu olhar se tornava uma contemplação. Talvez voasse como uma águia e a flauta imitasse o som do vento nas alturas.
Seu pequeno palco! Um muro azul caiado e desbotado. Sentado no degrau do velho portão de ferro. sonhando e despreocupado soprava sua doce flauta.
Eu e um pequeno bichano seu companheiro. Escutávamos a música do anjo. Um doce concerto de flauta, com notas desconcertadas.
Quando a pureza da alma encanta. O coração embala e se delicia, por pequenos fatos da vida. Dói em mim, saber que a maioria das pessoas deste nosso planeta, não enxergam os anjos. Por isso falta-lhes o respeito, pelas vidas alheias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário