Às vezes a
tristeza aparece do nada tomando conta do meu corpo. Como uma noite escura que
sem o brilho da lua confunde como uma sombra lúgubre e tenebrosa. Meu velho
corpo carregado das chagas de restos do amor agoniza a dor da solidão.
Antes quando
nossos corpos se uniam, eu me sentia como a quilha de um barco, abrindo os
caminhos do teu amor. Muitas noites fui à proa do nosso destino. Como um bom
barqueiro, nunca deixei nosso amor enveredar em águas turbulentas.
Viajava pelo
teu corpo inteiro. Teu corpo meu mar. Teu amor meu mundo. Porém no descuido de
uma noite escura. Nosso barco partiu na tormenta e rolou rio abaixo numa
correnteza tão forte que nos fez em pedaços.
Vi-te
partindo numa brisa gelada, Ao teu lado a noite escura como a capa preta da
morte. Trazendo numa das mãos o meu remo da vida. Na outra a foice de lamina
afiada.
Não te sinto
mais vindo a mim como a estrela que saia com toda sua luminosidade do veludo
azul brocado de prata luar. Iluminando a minha alma.
Agora tu és
um ponto negro e opaco, encima de um barco estraçalhado nas pedras do mar do
destino. Abro meus olhos encerrando meu sonho com uma lágrima quente queimando.
Acabou a razão forte da minha fantasia. Com passos tristes retorno a nossa
antiga morada. Devo me consolar e confesso que minha vida vai se alimentar por
muito tempo dos pensamentos do nosso amor. Enquanto minha alma busca a luz que
emana do teu corpo. Pois ela precisa de tato para sobreviver.
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