PROCURANDO
O SONHO – ENCONTROU A REALIDADE
Um
casal de namorados. Deixa eu me explicar. Um casal de idosos namorados e separados.
A
vida deu-lhes a chance e pela terceira vez, numa longa caminhada de cinquenta
anos, não se entendem. É um amor forte, porém cambaleante. Quando estão juntos
brigam, quando separados desejam se juntar.
A dor da saudade e os ciúmes que sentem não lhes deixam ser felizes.
Assim
é a vida de Aurora e Alberto. Também não sei se eles se amam tanto assim. Acho
que é mais uma forte paixão. Um simples desejo que os atrai para estarem perto
um do outro.
No
último feriado prolongado Alberto viajou. Foi passar uns dias em Ilha Bela
Litoral de São Paulo. Antes passou por uma praia, um lugar especial só dele. Um
lugar mágico onde nasceu seu primeiro amor por Aurora.
Ali
quando jovens se tocaram pela primeira vez. Trocaram juras de amor e os
primeiros beijos. Um canto de praia chamado Pontal da Cruz.
Alberto
parou ali rememorando o quanto fora feliz naquele canto de paz ao lado da sua Aurora.
Perdido
nesses pensamentos vislumbrou Aurora de costas para ele indo em direção ao mar.
Com os cabelos curtos e loiros seu jeitinho de andar e um chapéu de praia palhada.
Não!
Não era miragem! Era Aurora mesmo. Saiu como um louco do seu lugar, chamando-a
e correndo em sua direção. Aurora virou-se. Ele freou a corrida assustado e sem
jeito. Não! Não era Aurora.
Parou
diante de uma mulher acima dos cinquenta anos. Pediu um milhão de desculpas. A
mulher chamava-se Cristina e sorriu nesse momento o coração de Alberto quase
explodiu, quando viu a boca de Cristina sorrindo. Teve enorme desejo de
beija-la.
Ali
na sua frente estava o sorriso bonito e a boca carnuda de Aurora. O choque foi
grande. Até o costume de andar com um cachorrinho no colo era igual o de
Aurora.
Alberto
então relatou muito rápido sua historia com Aurora. Cristina sorrindo disse que nunca havia visto
uma paquera tão inteligente. Alberto tirou a carteira do bolso e mostrou a foto
de Aurora sorrindo.
Ela
riu e respondeu para ele. – Garoto de sorte, sua Aurora é bem bonita. É você
tem razão! Somos bem parecidas principalmente à boca.
Alberto
sorriu e disse – Ainda bem que você não se ofendeu! Obrigado por ser gentil. Já
preparando o corpo e os passos para sair dali.
Cristina
acendendo um cigarro com os mesmos trejeitos de Aurora disse a ele.
— Espere! Vamos caminhar um pouco pela praia.
E você me conta a historia com a sua Aurora.
—
Sabe Alberto! Esta praia é o melhor canto do meu mundo. E saíram a conversar.
Alberto
disse a ela que era escritor.
Cristina
permitiu-lhe tirar uma foto dela e continuaram caminhando...
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