A casa quase pegou fogo, durante uma tempestade. Com fortes chuvas raios e trovões. Uma faísca do temporal caiu no telhado da casa de Jonas, Alzira e família. Ocorrendo enorme curto-circuito. Instalações precárias e antigas.
Por aquela noite a energia elétrica se foi. Na manhã seguinte foi necessária a presença de um profissional da área.
Toca o telefone, Mariano atende e anota o endereço. Parte com urgência para o anotado no papel.
O cachorro late. Alzira percebe alguém no portão e vai atender Mariano o eletricista.
Eis que no bom dia ela fixa os olhos nos dele. Sente um frio percorrer sua espinha dorsal. Seus pensamentos voam para o passado. Abaixa os olhos pedindo que o homem entre. No seu coração enorme taquicardia. Como se um susto o tivesse descontrolado.
Apresentaram-se. Mariano foi direto para o relógio da luz.
--- Torrou tudo dona! Tem muito trabalho por aqui.
--- Senhor! Não tem jeito de ligar pelo menos a geladeira. Tenho crianças e eles precisam de banho.
Depois de duas horas a geladeira, algumas luzes e o chuveiro funcionaram. O quebra galho do Mariano consertou meia casa.
---Dona Alzira!
--- Sim seu Mariano. Ela tremeu com o chamado dele.
--- Por enquanto é um quebra galho, mas não pode ficar assim. Aqui está o orçamento! Peça para o seu marido me ligar. Mariano recolheu as ferramentas e saiu porta afora.
Já em sua casa ficou lembrando de Dona Alzira^- está linda com os cabelos mais curtos. Pela sua idade seu corpo ainda está bem torneado. Não perdeu o jeitinho que só ela tem. Os olhos! Ah! Os olhos tão apaixonantes parecem sorrir. Que saudades! Que desejo de beijar sua boca. Será que o sabor de amor ainda é o mesmo.
No dia seguinte Mariano com o orçamento aprovado por Jonas. Segue para a casa dele.
Desta vez Alzira o atende, com um vestido branco e justo no seu corpo. Fazendo com que a cor morena do seu corpo contrastasse. Na boca bem delineado um batom vermelho e um sorriso de amor brotando dos lábios. Estava uma menina com dezoito anos.
Mariano entrou levando seu material de trabalho. Alzira ofereceu-lhe café. Ele rejeitou. Ela ligou o celular e tocou músicas do tempo da sua juventude. E se via dançando com Mariano enlaçando seu corpo e beijando-lhe a boca.
Não suportou mais o silêncio do eletricista e insinuando grande interesse, convidou-o para almoçar. Novamente ele rejeitou. Finalmente ela ficou triste, fechou a cara e desligou o celular. No fim da tarde o eletricista chamou-a e disse que o trabalho estava pronto. Ele cobrou! Ela pagou.
Juntou as ferramentas e na saída, no portão ela investiu novamente.
--- Você não tem desejos por mim Mariano?
--- Tenho Alzira. Por conta disso não dormi a noite passada, pensando em você. Tenho ânsia de beija-la. Louco para te abraçar, tê-la junto a mim e ama-la com paixão.
--- E por que não o fez meu amor!
--- Porque você tem uma família. Filhos bonitos, porque você tem um marido que te ama e te dá conforto. Porque eu tenho uma esposa que dá a vida por mim. Meus filhos são bons meninos.
--- Se eu me deixar levar pelo teu amor! Como vou olhar os olhos do meu pai, que mostram orgulho de mim. Se eu deixar explodir minha paixão por você! O que vou dizer ao meu preto velho. Ele me ensinou, que espíritos apaixonados como nós, quando se reencontram, antes de pensar no amor e na atração física, tem que pensar nas pessoas que dependem de nós para serem felizes.
--- Se isso acontecer meu amor. Nunca vamos ser felizes e nossos elos nunca se fecharão para sermos uma só luz. Não precisamos desse egoísmo nas nossas vidas. Tchau Alzira! Boa sorte! Um dia em qualquer das nossas vidas, nos encontraremos livres. Ai sim nossas luzes de amor vão se fundir. Até lá! Adeus.
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