Folheando novamente o livro Diário de Nilza,
me chamou atenção uma página com dedicatória:
me chamou atenção uma página com dedicatória:
“Para você,
Nilza, lembrar sempre da tia
muito amiga. Tetê!
São Sebastião 17/ 06 / 1946”
muito amiga. Tetê!
São Sebastião 17/ 06 / 1946”
OLHOS
TRISTES
( Luiz Henrique )
Olhos
tristes, vós sois como dois sóis num poente,
Cansados de
luzir, cansados de girar,
Olhos de
quem andou na vida alegremente
Para depois
sofrer, para depois chorar.
Andam neles
agora a vagar lentamente,
Como as
velas das naus sobre as águas do mar,
Todas as
ilusões do vosso sonho ardente.
Olhos
tristes, vós sois dois monges a rezar.
Ouço ao vos
ver assim, tão cheiros de humildade,
Marinheiros
cantando a canção da saudade
Num coro de
tristeza e de infinitos ais.
Olhos
tristes, eu sei vossa história sombria.
E sei quanto
chorais cheios de nostalgia.
O sonho que passou e que não torna mais!
O sonho que passou e que não torna mais!
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