Na volta, já acomodado na dura poltrona estofada do vagão de passageiros. Tirou do bolso um panfleto turístico que explicava o porque do nome e como nasceu a cidade de Maringá. Leu a história e depois baixinho cantou a música composta por Joubert de Carvalho. Pegou a caneta e papel e fez a canção dele. A moda dele, num desabafo do peito. Pelo amor que o havia traído. Juntou sua dor à inspiração do compositor e escreveu o que sentia.
A canção, nascida do amor
do incansável lenhador.
Que amava Maria. De Ingá.
A seca matando o verde da terra
da pequena cidade. Ingá!
Maria vendo o ingazeiro do quintal morrendo,
com a sede da terra, que sem poder beber, fazia a roça verde, ficar amarela.
Hora de partir procurar um alento de esperança
a cabocla partiu, partindo também, o coração
do lenhador.
Maria de Ingá
da casa da ingazeira.
Misturando o bom sotaque mineiro,
comendo letras e falando depressa.
Maria de Ingá
Maria da casa da Ingazeira.
Maria do Ingá
Maringá!
Assim o lenhador, chamava seu amor!
Cabocla Maringá!
Ele também fugindo da seca
Foi cortar sua lenha, em terras
do Paraná!
Cansado da lida, no final do dia.
Corpo doído, reclamando descanso.
Lembrança da cabocla, único alento.
E da memória ao pensamento,
Um choro forte no peito.
Num lamento de vós.
A cantar. Maringá. Maringá!
E aberta à trilha no machado.
No encho e na enxada.
O verde caindo.
E no final da picada!
Nasceu a cidade canção!
Maringá!
Um amor caboclo.
Num sonho canção.
Quando os sentimentos queimam no peito a vida parece cansada, devido ao desanimo.
Uma dor que parece nunca vai ter fim. Um lamento que vem lá do fundo da alma. Carlinhos sabia que também tinha, uma Maria de Maringá. E que essa cabocla não partira por causa da seca. Maria Esmeralda de Maringá partiu, seu coração menino.
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