Tudo o que escrevo vem da minha alma; é um gozo transmitir o que sinto. Quando a saudade bate no meu peito eu choro, revivo as passagens de amor na chuva e na praia; dos momentos em que a vida se tornava uma seda deslizando suavemente sobre minhas paixões; das escuras ruas de paralelepípedos; dos bondes da minha infância; das mulheres modernas e lindas em fotos branco e preto; das noivas, das meninas e das alegrias dos amores puros e sorridentes. Sinto falta de mim mesmo quando eu era o passado.
29/09/2018
UMA CABOCLA QUE DEIXOU SAUDADE
25/09/2018
TAMBÉM SOU PARTE DOS MEUS SONHOS
Quando juntei parte dos rascunhos, que escrevi durante a minha vida. Percebi que eu também sou parte dos meus sonhos. Parei no tempo a procura da outra metade para compor o meu amor. Esse amor tem que me tocar na alma, como uma lança profunda a rasgar-me a carne. Dentro deste peito atrofiado do sentir.
Um amor escandaloso de gostoso, que venha a matar e morrer por mim.
Esse amor eu tinha no passado. Uma doce menina que me causava arrepios incontroláveis nos cantos da boca. Meu olhar sonhava em deleites mesmo sem toca-la. Fomos o amor. O puro primeiro olhar. Fomos o encanto em mágicos momentos. Fomos a realidade do sentir pela primeira vez. Não nos importava a beleza, o vestir. Não nos importavam as famílias os amigos. Só tínhamos olhos para nós. Éramos sonhos. O resto era o mundo,
Um dia aconteceu, como uma taça de licor. Os ciúmes de outros. Primeiro tomaram boa parte do líquido da inveja. Depois deixaram no fundo o restolho ocre e azedo. Um desajeitado cotovelo jogou o frasco para o chão. E fez em cacos o meu amor de cristal. Vários calçados pisaram levando para todos os lados o meu amor. O amor que DEUS, tinha me dado de presente. Quando das mãos DELE, o recebi. Me pedindo para que cuidasse bem e o amasse com toda a força do meu peito.
Depois de muito procurar. Minha dor caminhou pela rua dela. Procurando sentir o perfume que seu corpo exalava. Procurando o sorriso que me encantava. Meu tempo era pouco. Cheguei ao fim da jornada. Encontrei-a. Mas agora o tempo é que vai se encarregar de manter nosso amor. Somos velhos. Achei-a num mundo que não é mais nosso. Não é mais o sonho do passado. Não nos conhecemos mais. Somos outras pessoas, porém com enormes lembranças do sentir e amar. Vamos nos lapidar e nos amar com a mesma lealdade na alma. Vamos nos sentir e passear pela vida de mãos dadas em afagos.
Vamos agradecer ao tempo. Ao destino, à vida. Principalmente a DEUS. Por ter nos permitido encerrar nossa jornada nos amando novamente. O resto é o mundo.
A.V.P.L.P.
ACADEMIA VIRTUAL DE POETAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
PATR0N0: ARTHUR DE AZEVEDO
ACADEMICO - CARLOS ALBERTO PADUAN – CADEIRA - 82
22/09/2018
O ESCRITOR
19/09/2018
LEMBRANÇAS DO SENTIR
As folhas do inverno se espalhavam por todo o gramado do parque. Formando uma colcha verde com milhares de bordados em vários tons de marrom. Eu sentado num tronco de árvore tombada, lembrando com ternura, minha amada. Onde estará agora, minha pequena flor morena. Delicada como a leve e suave brisa que me beija o rosto agora.
Como eu queria teu abraço apertado ao meu peito. Sentir teu trêmulo coração a latejar no mesmo ritmo do meu! Tua boca aconchegada a minha Teu encarnado batom, pintado nos teus lábios, como pétalas de rosa se abrindo e agasalhando minha boca. Teu respirar ofegante, como se faltasse o ar para a vida. Teus olhos sonhadores e desejosos de mim, a me pedir amor.
Teu suor escorrendo pela face exalando o odor do desejo. Nosso abraço de amor seria como uma viagem ao sonho do sentir. Fechar os olhos e dormir. Só acordar desse encanto com nossas cútis, enrugadas pelo tempo.
A.V.P.L.P.
ACADEMIA VIRTUAL DE POETAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
PATR0N0: ARTHUR DE AZEVEDO
ACADEMICO - CARLOS ALBERTO PADUAN – CADEIRA - 82
16/09/2018
LEMBRANÇAS
Levantei cedo hoje, o dia está com cara de besta, parece um daqueles dias que a gente chama de chato da silva.
Mas como tem dias bonitos é necessário o oposto também. Fui para a cozinha preparar um almoço para minha turma. Receita simples macarrão com frango assado e salada. Minha caixinha de som, um pen drive de músicas antigas que adoro, e um bando de gente chata a passar pela cozinha dizendo.
— Pai não tem uma música mais nova!
— O vô? Isso é música!
— Eu mereço! ( Esse foi do gato no meu pé miando )
Foram todos os argumentos usados pelos chatonildos, para encher o meu saquinho.
Não dei bola para eles e continuei, volta e meia dava uma dançadinha. Abri uma latinha de loira gelada e de golinho em golinho comecei a sonhar. Sal aqui, molho ali, alho acola. Um golinho uma dançadinha, uma linda lembrança quando tocou Love me tender, com Elvis Presley.
Cara! A lembrança foi tão boa que tirei para a mina do meu pensamento e comecei a dançar com ela. Aquele anjo doce de olhos negros e corpo cheiroso. Toda dengosa, carinhosa, eitcha tempo bão. Quando acabou a música meu netelho. ( neto pentelho ) entrou na cozinha e riu me perguntando
— O vô você está ficando maluco né!
— Porque menino! Indaguei
— Está dançando sozinho e chorando.
Diante disso e com o almoço pronto, peguei outra latinha e fui para a minha varanda. Fiquei lá sozinho. Sonhando no meu mundo de saudade.
13/09/2018
O LIVRO
Toda a sua existência amorosa era derramada nas palavras que escrevia. Em linhas que falavam de amor. Todas as formas de amor que conhecia e que já sentira durante a vida.
Uma essência de amor! Valeram todos os dias de espera, de angustia. Vivia cada ponto, cada acento ou vírgula que colocava no papel! Sonhando o sonho dos apaixonados. Fechando os olhos, se via abraçada por braços fortes, sentia se em êxtase, deixando o corpo levitar. Num maravilhoso momento de amor.
Assim saída do transe, quem se deliciava era o papel que sentia o lápis a correr afinado por suas pautas. Às vezes ria bem baixinho pelas cócegas que lhe fazia a borracha. Não podia atrapalhar os pensamentos de Ana a poetizar suas emoções. Ana escrevia, ora chorava, por vezes cantava baixinho para seu amor, príncipe de cada momento poético. Um apogeu sem limites de um vício de amor que alimentava a sua alma. Ana escrevia com calma, ora com sofrimento, ora como um tormento numa sensação de abandono.
Os olhos marejavam em soluços amargando sua garganta.
E hoje?
Ah! Hoje! Ana está feliz! Com seu amor. Abraçando-o com força contra seu peito. Esse seu amor se sentindo aconchegado, satisfeito sorri? Sim! O livro sorri e exala aquele cheirinho de novo. Dando um prazer e um sabor todo especial na vida de todos que o lerem. Detalhe! O meu tem a dedicatória de Ana.
10/09/2018
LORENA, UMA CANÇÃO DE PRIMAVERA
Quando as flores sorrirem, desabrochando e espalhando pelas matas os seus perfumes de primavera!
Corro ao campo para senti-la. Minha amada. Pois sei que viajas nesse odor orvalhado.
Sinto a sua presença em brisas
Rodeias-me exibindo seus preceitos e trejeitos de me amar, lançando sobre meu corpo uma gelada rajada de brisa perfumada. Me dando enormes arrepios. Às vezes, aqui ou acolá, te mostras em pequenos redemoinhos de vento. Levantando ao ar perfumado, as últimas folhas secas de inverno. Corro a brincar contigo num incansável, pega-pega!
Deito-me à relva molhada, procurando teus suores! Abraço-te! Com meu ventre colado a terra. Braços abertos, em forma de cruz.
Acarinho-te! Acariciando a relva, sentindo a tua presença, afagando meu rosto.
Tem sido sempre assim! Desde o dia em que DEUS, me pediu você. Emprestada.
07/09/2018
A VIDA! NUM ESPAÇO DA VIDA.
Tarde silenciosa bonita e ensolarada. Ando pelo quintal a olhar e regar algumas plantas. Depois passo pelo alpendre entrando na sala. As cortinas da janela dançam no compasso do vento brisa, que entra na casa e passeia curioso. Saindo depois pela porta dos fundos.
O silêncio continua feito casa de caboclo na tarde quieta.
Chego ao quarto a claridade da janela me mostra você deitada. Admiro teu corpo ainda vaidoso enfeitando nossa cama. Teu corpo. Há! O teu corpo.... Ainda é bonito, sedoso e bem cuidado.
Dormes o sonho dos anjos.
Olho para mesa de cabeceira, onde mora o teu retrato em preto e branco. Do tempo do nosso jovem namoro. Você pousando de boneca moleca a sorrir.
Sento na cadeira de balanço e assisto um filme olhando você dormir.
Quantos segredos existem dentro de você! Quantos abraços e beijos você deu e recebeu. Quantas vezes sorriu e chorou por amor. Quantas vezes lembrou de mim ou não, enquanto estivemos separados. Teu retrato da mesa de cabeceira pode me dizer. Mas não! Fica ali a sorrir e acompanhando com os olhos, os meus gestos. Olho para o teu rosto sereno e comparo com a foto da mesa de cabeceira. O contraste entre o passado preto e branco e o teu colorido agora. Traz ranhuras na tua cútis clara e avermelhada pelo tempo. Teus olhos de pálpebras cansadas guardam as visões da vida que andou e nos separou por cinquenta anos.
Não posso voltar no tempo para recomeçar. Mas posso começar pelo prêmio que a vida me deu de reencontra-la. Sinto-me feliz porque vejo nos teus olhos, os teus desejos de mim. Acordo todos os dias com teu corpo colado e abraçado ao meu. Com tua voz me dizendo.
--- Bom dia amor!
04/09/2018
Mais um trecho do livro ” OS DOIS AMORES DE CARLINHOS” ( não publicado ) MARIA DE MARINGÁ
Na volta, já acomodado na dura poltrona estofada do vagão de passageiros. Tirou do bolso um panfleto turístico que explicava o porque do nome e como nasceu a cidade de Maringá. Leu a história e depois baixinho cantou a música composta por Joubert de Carvalho. Pegou a caneta e papel e fez a canção dele. A moda dele, num desabafo do peito. Pelo amor que o havia traído. Juntou sua dor à inspiração do compositor e escreveu o que sentia.
A canção, nascida do amor
do incansável lenhador.
Que amava Maria. De Ingá.
A seca matando o verde da terra
da pequena cidade. Ingá!
Maria vendo o ingazeiro do quintal morrendo,
com a sede da terra, que sem poder beber, fazia a roça verde, ficar amarela.
Hora de partir procurar um alento de esperança
a cabocla partiu, partindo também, o coração
do lenhador.
Maria de Ingá
da casa da ingazeira.
Misturando o bom sotaque mineiro,
comendo letras e falando depressa.
Maria de Ingá
Maria da casa da Ingazeira.
Maria do Ingá
Maringá!
Assim o lenhador, chamava seu amor!
Cabocla Maringá!
Ele também fugindo da seca
Foi cortar sua lenha, em terras
do Paraná!
Cansado da lida, no final do dia.
Corpo doído, reclamando descanso.
Lembrança da cabocla, único alento.
E da memória ao pensamento,
Um choro forte no peito.
Num lamento de vós.
A cantar. Maringá. Maringá!
E aberta à trilha no machado.
No encho e na enxada.
O verde caindo.
E no final da picada!
Nasceu a cidade canção!
Maringá!
Um amor caboclo.
Num sonho canção.
Quando os sentimentos queimam no peito a vida parece cansada, devido ao desanimo.
Uma dor que parece nunca vai ter fim. Um lamento que vem lá do fundo da alma. Carlinhos sabia que também tinha, uma Maria de Maringá. E que essa cabocla não partira por causa da seca. Maria Esmeralda de Maringá partiu, seu coração menino.
02/09/2018
Pequeno trecho do meu livro “ OS DOIS AMORES DE CARLINHOS “ ainda não publicado.
Parou diante da cama e ficou olhando sua bela Vênus dormindo. Parte do corpo coberta com um lençol colorido. Na parte desnuda o belo corpo moreno de Lígia decorava a cama. Ficou a olha-la, como um delicado bibelô e pensava.
:- Queria que todas as manhãs, fossem belas como o teu corpo. Cheio de curvas suaves e calmas. Queria poder, todos os dias sentir o seu frescor o teu perfume de fêmea. O cheiro do teu suor de amor que me aconchega a alma.
Queria poder ter para sempre os teus braços em abraços em volta de mim. Os teus trejeitos de criança e o sorriso maroto quando me olhas com desejos de mim.
Se tu fosses minha para sempre, te guardaria dentro de mim trancada a sete chaves. Para que sempre fossemos duas vidas dentro de uma só alma.
— Bom dia Carlinhos! Ouve-se a voz musicada de Lígia.
— Bom dia Lígia! Acordei você amor. Responde ele com voz de felicidade
— Não querido! Vem cá deita aqui perto de mim! Acordei numa preguiça louca.
— Não dá amor tenho que trabalhar! Vou buscar café.
— O que você estava fazendo em pé olhando para mim!
— Admirando o teu corpo!
— Jura! Ai que gostoso! E fez um bico com a boca jogando um beijo para ele.