.... e vem de
novo uma apatia a invadir os meus sonhos sem lembranças. Esta minha memória
desbotada do meu mundo. Um desamparo total.
Tudo é fechado
e silencioso.
Cenário de
horror!
Uma paisagem
lúgubre, sem luz. Acendam a luz!
Sem esperança, acho que são os meus medos.
Um cenário de
horror, pesadelos de amor!
Ah! Meu amor, onde estás?
Nunca mais apareces, só sombras
fantasmagóricas moram nesta casa.
Ah, amor! Para
de assustar!
Já não chega esta solidão de vida afetiva,
este abandono da minha alma que murmura de pavor?
Esta dor que
acorrenta meu corpo, com elos de magoas, ouço-a toda hora. Desesperados são os
gritos que ecoam dentro de mim.
Ai que
bom... Pararam de gritar. Mas esses gemidos de dor, de quem são? Este
estalo de açoite está sangrando meu peito.
Aquela sombra,
será que é meu filho chegando? Não, não
é, eu sinto que não é!
Meu Deus! Será que ainda existe Deus?
Então, por que me deixas neste doloroso
labirinto de abandono?
Porque meu sorriso agora é parte de uma
fantasia.
É este o
caminho?
Não conheço
este caminho, mas conheço esta casa; acho que era aqui que eu morava; vou ver
se minha mãe está lá dentro; deve haver algum equívoco. Não há velório por
aqui, ou será que esqueci?
Será o caminho do meu túmulo, mas não acaba
nunca?
Ou será este o infinito castigo da minha alma?