29/01/2019

O PORTÃO

 

Corredor comprido do chalé. No final o portão de madeira onde terminava a cerca ripada e tosca.

Palco do nosso amor, dos nossos estonteantes beijos. Desejos de nossos corações sedentos. Eu sentia teu corpo colado ao meu. Como uma avalanche de arrepios que tomava de mim. Descia pelas minhas costas, dando a impressão que ia explodir.

Você sorria com cumplicidade e apertava meu corpo. Talvez jamais imaginasse sentir tanto prazer nos afagos das minhas mãos.

Às vezes descontrolada tu me pedias para parar. Suas mãos de menina suavam quando aflorava a sensação de êxtase. Ali no portão escondidos pela penumbra da noite rolava nosso amor e desejos. Apertos, abraços e línguas procurando espaços se enroscando explorando sabores. Nossos corpos se esfregaram tanto que as vezes, davas gritinhos de prazer, enquanto meu suor escorria banhando corpo.

De vez em quando escutávamos passos no assoalho interno da casa. Sabíamos que alguém vinha nos espiar pela janelinha da porta. Passado o perigo continuávamos nosso sentir delicioso.

Um dia num de repente e estranhamente, você viajou com sua mãe. Coisa de momento. No telefone me dizias sobre a volta, hoje amanhã, segunda feira talvez. Eu todas as noites eu ia no portão te esperar. Numa dessas noites sentei-me e acendi um cigarro. Fiquei a imaginar tu chegando com um sorriso cúmplice.

Ao invés disso escutei as paredes do chalé falando, estranhamente sobre o nosso namoro. Taxando-me de vagabundo. Magoado meu coração com raiva, jogou teu amor no lixo. Fiquei remoendo a paixão do peito e a dolorida saudade. Não mais te ver, podaram meus delírios. Destruíram nosso gostoso amor. Quando soube que tu não mais voltaria. Fiquei só tentando viver sem você, sem o teu lindo sorriso de amor.

 

 

 

 

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