Olhou para o lado e disse:
— Bom dia meu amor. Foi para a cozinha, acendeu o fogo. Logo, o cheiro da lenha queimando invadiu o ambiente. Enquanto o café coava, foi para o banho. Embaixo do chuveiro cantou algumas melodias felizes. Revigorado e se sentindo cheio de energia voltou ao quarto. Tirou a toalha que o embalava do nu. Enquanto colocava uma roupa limpa, seu amor sorria. Pegou-a com ternura beijando-lhe a face,depois a levou para uma pequena área avarandada onde estava posta a mesa do café.
Tomaram o café em silêncio como faziam há muitos anos, ela sempre sorrindo, ele sempre a admirando.
Após o café, disse à amada que aguardasse um pouco, pois enquanto ele cuidava da criação, ela podia apreciar os verdes jardins e as novas rosas que se abriram na soleira da área.
Quando voltou, pegou-a novamente com carinho abraçando-a contra seu peito. Nesse momento uma pequena lágrima escorreu.
Beijou-a novamente na face. Já no quarto, disse-lhe que voltava na hora do almoço. E ali no criado-mudo depositou com delicadeza o porta-retratos.
Com a foto sorridente da amada que partiu prematuramente.
Um comentário:
Em algumas de suas crônicas você mostra toda sua sensibilidade, compartilha sua emoção com a gente que tem a felicidade e ler seu texto.
Parabéns!
Acho esta crônica uma de suas melhores.
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