Hoje encontrei fotos de nós dois que residiam no sótão do casarão de pedras. Onde meus pais moravam. Gastas pelo tempo numa cor sépia, já se fazem esmaecidas. Lembrei nossos banhos na banheira com o esmalte descascado. Teu corpo moreno queimado de sol, coberto pela espuma alva do sabonete cheiroso. Teus seios coloridos pela marca do biquíni às vezes boiavam, entremeados à espuma.
Ficávamos ali por horas nos afagando, nos beijando e ajustando nossas ferramentas de amor.
Quando nossos corpos clamavam o êxtase saiamos para o quarto. Deitávamos numa colcha de retalhos que se fazia linda, decorada pelo teu corpo nu. Encontrei-a, nesta manhã. Tão velha e cheia de traças que se desfez em farrapos. Como sinto meu coração agora.
Teu sorriso branco iluminava-se dentro da boca. O carmim nos teus lábios pareciam pétalas vermelhas se abrindo quando me chamavas de amor. Como você me levava à loucura!
Agora estou olhando todas as fotos, cada uma tem uma história. Cada uma me mostra um tempo, um momento. Revivendo tudo, me desmancho em vários devaneios. Meus olhos se enchem de água pelas saudades. Muitas foram os dias, que sonhei com teus olhos agasalhando a minha alma. Te sinto! És como um livro que leio todas as noites, como se tivesse lendo teu coração. Nossa! Como dói a tua ausência.
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