03/10/2019

O BAÚ DO DESTINO



Hoje dando uma limpada no velho baú da minha vida. Encontrei um pouco da minha felicidade na juventude. Um álbum musical que guardei com muito carinho.

Hoje obsoleta a peça foi responsável por bons e maus momentos da minha vida e por muitas vezes parte dos meus sentimentos.

Muitos dos compactos simples fiz um enorme esforço financeiro para comprar. Outros ganhei como recordação de namoros e romances. Folhei pela última vez meu tesouro. Hoje ele deixou de fazer parte de mim.

Dancei todas as músicas do álbum com Verinha uma loirinha de sorriso gentil e agradável. Esguia e cheirosa como uma rosa. Com Ana a morena dos cabelos cacheados, sorria muito e tinha olhos tentadores de desejos. Lembro-me ainda de Regina a ruiva de rosto redondo e boca pequena estudiosa e romântica. Dançando eu amava todas elas. Sonhava com momentos bons. A delicadeza de suas mãos. Às vezes o suor do balé o cheiro dos corpos revelam sentimentos e pensamentos secretos.

Porém um dia no meu aniversário de dezenove anos eu programei uma festinha americana. A turma veio toda, as meninas sempre bonitas e os rapazes com seus topetes. De repente um par de olhos, me lembro da cor do café, surgiram â minha frente. Trazia nas mãos delicadas e morenas um compacto simples. Sua voz delicada exprimiu um.

-– Oi muito prazer. Não sei se você vai gostar, mas essa música eu adoro.

Não prestei muita atenção no presente. E também não lembro quem trouxe aquele anjo para mim. O que eu sei é que gelei de arrepios de cima abaixo. Meu corpo tremeu. Como num imenso e excitante orgasmo.

Confesso que eu nem mais sabia se sorria de alegria ou gritava de felicidade. – Amei você! Gostaria de ter dito naquele instante. Refeito abri o presente e ali estava a etiqueta redonda dizendo – DO YOU WANNA DANCE. Ao lado uma letra de caneta dizia. Com carinho! Wilma.

Eu disse-lhe. --- Vou colocar na vitrola. Você dança comigo!

Até hoje nos meus pensamentos eu me imagino dançando com ela. Realmente foi ela o meu primeiro amor da juventude. Vou carrega-lo no peito para a eternidade.

O destino nos separou depois de dois anos. 

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