Esta noite mais uma vez e sem sono, sentei na sala no meu canto predileto. Como sempre com a pressão a mil, mas, pelo menos medicado, percebi a visita do meu amigo. A cada vez que ele volta mostra-me um pouco mais da sua luz. Perguntei-lhe!
--- Como é do outro lado.
--- Suave! - Respondeu-me.
--- Explique-me, por favor, esse suave!
--- Suave como os teus sonhos!
--- Não entendi ainda meu amigo. - Indaguei novamente, ele explicou-me.
--- Nos teus sonhos sua alma sai a volitar por lugares distantes e remotos. Você sonha então como uma Fênix. Onde esta o silêncio e a música delicada dos ventos que embalam os teus sentidos. Esses são os versos reprimidos da tua vida. Quando você procura o passado remoto da criança que era feliz. Onde você de pés no chão sonhava acordado na sua inocência.
Esses seus sonhos são normais - Continuou ele. São os preparos do desencarne. Que de modo algum devem afetá-lo encarnado.
--- Quando chegar a sua hora descobrirá as origens da tua família. E quando um dia puderes voltar como eu volto para te ver. Verás que as pessoas que o cercam encarnadas ou não! É a tua família.
--- Então você é parte da minha família – perguntei-lhe nervoso.
--- Sou!
--- Por isso que só vens quando perco o sono!
--- Sim! Estas são as noites em que você precisa de zelo. Venho para acalmá-lo e ajudá-lo a preparar o teu futuro. Agora meu garoto! Fui! Vai dormir.
--- Ah! Não se esqueça de escrever mais um conto. Como vai a venda do teu livro!
--- Não sei! Razoável talvez até fraca – respondi.
--- Continue tentando! Você ainda vai chegar lá. Tchau.
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