30/07/2019

RITMO DA CHUVA

Barulho da chuva. Orquestra de ritmos.

Lá fora através do vidro.

Sua silhueta está embaçada.

Um turvo, pouco se via.

Alma limpa, mas molhada sem alegria.

´

Água fria escorrendo pelo ventre.

Nostalgia! O amor molhado

escorrendo pelo corpo.

Ossos gelados, pés em desconforto.


Lágrimas de dor, misturadas

a lágrimas da chuva. Que em cascatas

Cintilantes e brilhantes pela prata da lua.

Escorrem como rios marcando

um caminho no rosto.


Molhando e apagando a luz do amor

que consome sua vida.


27/07/2019

LUA E LUAR

Ah! Essa sua magia de encantos.

Que me deixa em prantos!

A suspirar.

Traz tua prata para os meus olhos.

Para eu sonhar. Te namorar.


Me contagia com tua solidão calma.

E silenciosa penetras luminante

Com teus raios na minha alma.

Em soberana beleza, linda e apaixonante.


Queria eu, poder abraçar-te.

Dar-lhe a energia, que meu corpo exala.

Fazer-lhe um carinho na face.

Quando teu afago de prata embala.

Meu coração desolado e apaixonado.


Versos de inverno

Vila Ré – São Paulo 1.966

O MALANDRO

Figuraça descendo o morro. Cheio de ginga.

Dançando no andar. Extrovertido

Esperta elegância matizada.

Chapéu acamurçado. Ou veludo liso, nunca estampado.



Cumprimentos mil. Simpatia em pessoa.

Andanças por todos os becos do morro.

Exibindo lindo shoes. Couro de cobra legítimo.

Sorriso largo! Mostrando o branco e dengoso

da arcada, Simpatia não falta.



Gira a bengala branca, com malabarismo preciso.

Cabrochas aplaudem a elegância com sorrisos.

Em cada beco um beijo. Um amor. Uma mulata.

Lá em baixo. No bar do Mané. Carteado!

Joguinho esperto. Dado marcado.



Num mundo moleque todo sorrindo.

Levanta uma grana bacana!

Gesticula uma gíria no falatório.

Gruda uma mulata no caminho da orgia.

Lá vai o malandro para a noite.

Alegria! Curtir uma boemia.

19/07/2019

MULHER

Mulher! Sonho fantasia.

Amor, magia.

Cura da dor.

Valsa da alegria.


Cheirosa rosa! Botão.

Verso e prosa.

Meu amor.

Canção.


Pintada linda!

Maquiada sorrindo.

É arma que desarma.

Num sorriso lindo.


Rainha absoluta!

Fêmea abençoada.

Carinhosa! Vai a luta!

E perdoa,

Mesmo magoada.


Deusa criada por Deus.

Doce criatividade!

Do seu ventre divino,

Nasceu. Toda a humanidade.




16/07/2019

UMA CANÇÃO DE OUTONO

A muito tempo atrás escrevi esta canção de outono. Em 2019 postei-a no face e recebi com carinho um brilhante comentário.



UMA CANÇÃO DE OUTONO
Numa prova de amor.
Uma chama de carinho.
Se entendes meu olhar.
Põe música neste versinho.
Flutuo no ar da tua vida.
Vivo num céu de emoção.
Alma gêmea, minha querida.
Venha para mim. Volte minha paixão.
Faço versos do teu sorriso.
Nos nossos dias de verão.
Em linhas tortas e traços lisos.
Componha para mim! Uma canção.
Lembro do sabor dos teus beijos.
Nos nossos dias de verão.
Paixão ardente de desejos!
Tua música! É paz, no meu coração.
Deixe teu corpo flutuar.
Exalando o amor da tua pureza.
Minha luz vai te encontrar.
No próximo outono, com certeza!
Seja novamente minha luz de amor.
A canção de outono, num tom de candura.
Com nova letra, nova partitura.
Componha para mim. Uma canção!
Com estes versos de ternura.
São Vicente outono de 1972.

O comentário foi este.


Ana Ramos  Encontrar a música a partitura certa, onde a luz acende como num ritual de festa! Um grande compasso à espera do amor que brote entre tantos caminhos percorridos, Onde todos os sons se misturam em uma só estrofe, e uma pequenina palavra Amor!  Parabéns  pela sensibilidade destes lindos versos. Quando crescer quero escrever como você! Bom e abençoado fim de semana para você e sua família poeta  Casalberto Paduan Paduan!

Casalberto Paduan Paduan  Me inspirou o comentário e num breve momento de alegria devolvi-o a dona dele que há muito merece um lugar nos livros. E o reconhecimento de uma grande mestra e maestrina da poesia. Em cima do comentário devolvi o presente com carinho.



Resposta perfeita do seu comentário.
Com música e partitura certa.
Onde a luz acende em cenário.
Num ritual de festa. Que desperta.

Um grande compasso.
A espera de um amor, que brote.
Pelos caminhos. E num grande laço.
Se enlace! E às origens volte.

Onde os sons, se misturam.
Numa só estrofe a pequena palavra amor.
Que coração e sentidos murmuram.
Num afago de sensibilidade e calor.

Assim dedico estes versos.
A poetisa que nós amamos.
Eu! É que quero, escrever como você.
Amiga e poetisa! Ana Ramos.


Com grande apreço Carlos Alberto Paduan



Ana Ramos  O mundo poético é magico. Grata poeta e amigo  Casalberto Paduan Paduan  pelo carinho das linhas dedicadas a mim em teus versos! Uma feliz semana para você e Família!



12/07/2019

TEMPO

Não o vejo. Só o sinto passar.

Quando reparo nas minhas mãos, as rugas que me destes.


Quando criança eu o trocava pelos folguedos. Sem perceber quem eras.

A minha juventude! Carregastes como um raio. Estraçalhando rapidamente

a minha beleza.

Ao perceber minhas pregas e rugas no rosto, tratei-o como um inimigo oculto e escondido apunhalando traiçoeiramente vidas.

Hoje porém, percebo a paciência que tivestes.

Me ensinando a entender a vida. Agora ando ao seu lado.

A amar tudo e a todos. Pois entendi que cada um tem seu tempo.

Até o final dos tempos.


08/07/2019

AGRADECIMENTOS PELO MEU ANIVERSÁRIO


Quando aflorou meu sentir eu chorei. Chorei as dores, as magoas, chorei as saudades. Chorei pelos sorrisos, chorei pelos amores, pelos abraços que recebi, pelos carinhos.

Chorei pelas dádivas e pelo destino que Deus me reservou. Pelos filhos que perdi. Irmãos pais e amigos. Chorei pelo que a vida me tirou.

Foram momentos felizes e tristes onde Deus me concedeu a terra para plantar minhas flores. A sensibilidade para cultivar meus amores o respeito e a lealdade para cativar meus amigos.

Errei muito na vida por não ter experiencia e sabedoria. Mas quando elas entraram dentro de mim. Minha lealdade se abriu como uma flor. Não mais para sofrer ou rir. Mas sim tão somente para regar e agradecer.

Obrigado aos meus amigos. Hoje ganhei de vocês todos. 203 energias. Isso da mais um ano de horas extras para que eu possa ficar mais um pouquinho por aqui. Obrigado

05/07/2019

ALGEMAS

Um amor numa envolvida razão
como minhas mãos de dedos trançados.

Atados como punhos cerrados.

Uma prisão que não tenho como escapar

Não tenho como gritar.

Não sei se escuto meu coração
ou me deixo perder na ilusão

Tenho o coração na dúvida. Como uma cadeia

De portas abertas, mas preso pelo amor.
Um coração que quer ser livre das escolhas.



Quando vejo você andar, teus cabelos curtos, balançando teus brincos de argola. 

Meus olhos procuram teu jeito maroto de olhar, querendo se destacar numa multidão

Quando você sorri sinto um frio no coração...
Que queima na ilusão de te ter e queima na dor de te perder.
nem sei disfarçar quando olho para você

Numa ânsia de te amar ou a dúvida de não ter mais você.

Depois de sentir todo meu amor se desfazendo, tenho a impressão que 

meu corpo explodiu em pedaços.           

Não vejo a hora de encontrar alguém que realmente me de um 
abraço forte confiante e amigo.
Um abraço que junte os cacos do meu corpo que estão espalhados no destino.  
Quem sabe esse alguém tenha as chaves das algemas que me prendem a você.      

02/07/2019

A VISITA

Quando a senhora Voilla fazia seu crochet sentada na sua cadeira de balanço. Seus olhos filmavam o passado de sua filha a jovem Helena. Que partira da terra, numa tára de um bandido que à estuprou. Ceifando-lhe o privilégio da vida.

Uma brisa suave fez dançar as leves e delicadas cortinas do janelão da sala. Voilla sentiu um sublime toque nas mãos tremulas que crocheteavam a linha. Um leve arrepio subiu-lhe pelos braços até o rosto. Como um abraço sentiu o perfume das rosas de Helena.

Voilla levantou-se e sorriu. Foi em direção ao jardim. Acariciou e beijou todas as rosas amarelas que Helena plantara. Era assim o encontro entre mãe e filha nas primaveras. Quando as rosas se abriam.

Os anos passaram e nem a morte de Helena as separou.

Vollia voltou do jardim e como num transe se pôs à frente de um quadro do Cristo que enfeitava a parede branca.

E no silêncio da tarde orou a Deus em pequenos sussurros. Helena volitando e preparando sua volta para o Plano Espiritual pediu a Deus

--- Cuida dela por mim.