06/05/2019

A BUSCA

 



Edgard, homem pacato e tranquilo, depois de tantos anos de trabalho. De uma rotina que nunca se cansava. Aposentou-se.

Agora parado e sem trabalho, percebeu que não era feliz. Que todos os anos trabalhados, só serviram para que virassem um robô. No dia a dia sempre os mesmos costumes, as mesmas palavras.

Também viu vários vizinhos e amigos se aposentarem e irem para bares, beber jogar e entregar a vida para o lado sedentário do tempo. Pensou muito e como as afinidades da sua casa já não lhe eram mais favoráveis. Saiu para o mundo.

Jogou tudo em busca da felicidade. O destino apontou-lhe o caminho e o encanto. Não mediu o seu sentir e o de deixar pessoas sentidas.

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Porém hoje tem a impressão de estar vivendo uma inquisição e não sabe se nessa sua nova vida a vela vai se apagar em comemoração ao primeiro aniversário. O encanto está se perdendo para uma doença chamada posse. Que lembra muito sua mãe, quando ele era menino. Os mandos e desmandos maternos na educação e proteção.

Hoje depois da caminhada sentou-se, num banco de praça, lembrando sua vida. Quando o casamento passado se fez um desconforto e um emaranhado de ciúmes e desaforos. Hoje o presente casamento se torna o mesmo cotidiano.

Achou melhor então, levantar do banco e atravessar a rua na frente de um automóvel em alta velocidade. Fazendo a vida terminar. Talvez agora, ele ache o que procura. Não fazer nada errado na próxima vida. Porque me confessou um dia. Que só queria ser feliz.

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