Apaixonantes noites de serestas boemias na noite de lua cheia. Num luar branco e prata. A rua solitária, sua companhia é o sereno e um amigo violão, que traz pendurado junto ao corpo. Preso a um couro cintilante de estrelas prateadas. Anda pelo silêncio, noturno procurando uma janela aberta ou mesmo entreaberta e curiosa. No alto dos assobradados e antigos prédios da rua do Tesouro.
Procura as damas moças sonhadoras e amantes do romântico luar. Que esperam pelo momento mágico em ouvir os acordes de um violão dedilhado e a voz máscula do seresteiro cantor a seduzir-lhe a alma.
São emoções que guardam no coração, como um encanto. Um ritmo de paixão num prazer delicado. O boêmio espalha sua voz na noite dominando o prazer da emoção, canta causando êxtases nos corações femininos.
Uma noite prateada para a morena que pela janela entreaberta, mostra seu rosto meigo, colorido pela prata da lua. Sonhando com o amado que um dia partiu. Seus lábios assopram vislumbrante nuvem azulada da fumaça do tabaco que segura entre os dedos Dos seus olhos perdidos numa contemplação, escorre uma lágrima que para na ponta do queixo, como uma pérola da cor do luar.
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