Cá estou! Novamente no silêncio do meu quarto vazio. Voltei a ser o seresteiro a sonhar com a amada na janela.
Cá estou! Colocando no papel a minha infelicidade. Tenho a impressão que minha alma adora ficar triste, pois assim posso descrever e botar para fora do peito o meu sentir.
Lembrando os olhos da minha amada, perdidos num espaço vazio. Se perguntando. – Como será a minha vida sem ele! Essa cena me doeu no peito. Melhor seria a morte do que lágrimas de desamparo pelo amor perdido. Lembro-me do carinho e do sorriso dela, mas nossos gênios são inversos.
Às vezes palavras queimam, como os dias de saudades, como a solidão sem alento. Minha alma sente essas dores, mas também não aprende a ser feliz. Às vezes a minha Fênix voa tão alto como num conto de fadas infinito. Como sonhos de amor que nunca terminam.
Outras vezes a realidade me trás ao presente, então percebo que a vida não é um sonho. Percebo que tenho que sair dos meus êxtases e deixar de sonhar com meu mundo de encantos. Tenho que parar de pensar no planar do condor do meu eu menino. Tenho que parar de sofrer achando que meu mundo é sempre um amor de um infinito conto de fadas. Enquanto eu não fizer isso, nunca vou ser feliz. Ou então serei o eterno seresteiro esperando a amada sair na janela. Num lindo momento de romântico encanto.
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